Atualizado em 2 de dezembro de 2021

A Escola do Bom Pastor, situada no bairro com o mesmo nome, perto da Rua Vale Formoso, no Porto foi, nos anos 80 e 90 do século XX, uma das principais escolas de educação de alunos Surdos.
O NACDA do Bom Pastor dispunha de um espaço próprio na escola com salas adaptadas acusticamente. Este NACDA estava dependente da Equipa de Ensino Integrado do Porto.
Naquelas instalações era prestado apoio a alunos surdos da educação pré-escolar e do 1º ciclo de várias regiões do norte do país. Estes alunos deslocavam-se, diariamente, das suas localidades, a expensas dos pais que asseguravam o transporte. Alguns alunos estavam em Instituições de alunos surdos, como o Instituto António Cândido, em regime de semi-internato.
O apoio a alunos surdos, na Escola do Bom Pastor, viria a desaparecer em meados da década de 90.

A maior parte dos alunos surdos estava integrada em escolas do ensino regular, nas suas localidades, que frequentavam no turno inverso ao dos apoios no NACDA (regime de desdobramento)
No NACDA do Bom Pastor tinham aulas de apoio de desenvolvimento da linguagem, de psicomotricidade, de trabalhos manuais bem como terapia de fala, lecionadas por um corpo docente, pertencente à Equipa de Ensino Integrado do Porto e, mais tarde, à Equipa de Educação Especial Porto A.
Numa fase inicial havia vários docentes sem especialização em educação especial, mas a partir de 1988, o corpo docente era constituído essencialmente por docentes com especialização na área da surdez.
Alguns alunos, dadas as suas caraterísticas, não estavam integrados nas escolas da área de residência e só frequentavam turmas de surdos na Escola do Bom Pastor.

Os vídeos apresentados foram gravados em maio de 1993, em formato UMATIC, destinando-se originalmente a divulgar o NACDA do Bom Pastor em reuniões de docentes de alunos surdos.

No início da década de 90 desenvolveu-se, na Escola do Bom Pastor, uma experiência conhecida como "6+6".
Ela surgiu a partir da constatação das enormes dificuldades que os professores do ensino regular, sem qualquer formação específica, tinham para lecionar as suas turmas onde estavam integrados alunos surdos.
Assim, constituiu-se uma turma de integração com 6 alunos surdos e 6 alunos ouvintes lecionada por uma docente especializada em surdez (Célia Mesquita). Na época tal representou uma novidade.
Saber mais...